O Píton e o Elefante
por Montini

Isso mesmo, esse píton em particular era uma cobra enorme, com quase quinze metros de comprimento! Gabava-se de ser maior que qualquer crocodilo, e era capaz de engolir um boi inteiro. Todos os bichos da floresta o temiam e se afastavam dele respeitosamente. O elefante, entretanto, não estava nem um pouco preocupado com as fanfarronices do píton. Elefantes, todos sabem, são imensamente imensos e perfeitamente cientes da sua volumosa imensidão. Portanto, o paquiderme ignorava solenemente o gigantesco ofídio. O píton não se conformava com a altiva indiferença do elefante e resolveu desafiá-lo:
– Você é realmente grande – disse o píton ao elefante – mas eu sou muito maior. Tenho quinze metros de comprimento, e você apenas uns seis metros… E dizendo isso, subiu pelas costas do elefante e o envolveu quase inteiramente. – Está vendo? – Zombou.
– É verdade, meu velho – retrucou o elefante – Mas em compensação, com os meus sete mil e quinhentos quilogramas eu tenho, pelo menos, quinze vezes o seu peso. Logo, sou muito maior que você…
Uma colônia de bactérias que ouvia a conversa (e que você não vai conseguir ver na ilustração) sorriu filosoficamente e ponderou “A metrologia é mesmo fascinante, mas é preciso usá-la com sabedoria”. E imediatamente infectou os dois gigantes.
Moral da história: Um elefante incomoda muita gente, um píton incomoda muito mais, e milhões de bactérias patogênicas são mesmo insuportáveis.
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